Conheça a história dos fundadores da Porsche
Foto: Reprodução / Porsche

Os fundadores da Porsche apresentaram ao mundo uma das marcas mais icônicas e reverenciadas do universo automotivo. 

A Porsche é conhecida por sua combinação ímpar de engenharia avançada, desempenho e design inconfundível. Por trás de todo o prestígio da marca, há uma rica história de pioneirismo e visão por parte de seus criadores. 

Neste artigo, vamos explorar a trajetória de Ferdinand Porsche e seu filho, Ferry Porsche, que, juntos, deram início à Porsche que conhecemos e admiramos hoje.

Acompanhe a PDK Motors nesta leitura. 


Ferdinand Porsche

Ferdinand Porsche nasceu em setembro de 1875, em Maffersdorf, uma pequena vila na região da Boêmia do Norte, parte do Império Austro-Húngaro.

Essa região era um importante centro da industrialização. Com isso, Porsche presenciou grande parte das inovações técnicas desse período. Esse fato com certeza influenciou em sua futura carreira como engenheiro e inventor automotivo.

A título de curiosidade, Porsche foi conterrâneo de Otto, o inventor do motor de três tempos.

O pai de Ferdinand Porsche, o senhor Anton Porsche, trabalhava com funilaria e esperava que o filho desse continuidade ao ofício, mas os interesses do jovem eram outros.

 

Em sua casa, Ferdinand Porsche fazia, escondido, alguns experimentos com eletricidade. Sua mãe, ao perceber isso, convenceu o pai para que matriculassem o filho na Escola Técnica Imperial, e assim aconteceu.

Quando completou 18 anos, o jovem conseguiu um emprego em Viena, onde frequentava aulas da universidade e pôde desenvolver mais conhecimentos sobre elétrica e mecânica. Apesar disso, Porsche não completou a formação superior.

Depois de cinco anos desempenhando suas atividades no mesmo lugar, Porsche teve a oportunidade de trabalhar com Jacob Lohner. 

 

De início, Lohner era um fabricante de carruagens, mas, em 1896, deu início aos trabalhos de construção de carros. 

 

Nessa época, surgiu o C2 Phaeton, ou “Sistema Lohner Porsche”, o primeiro projeto de Ferdinand Porsche.

 

A carruagem elaborada por Porsche tinha um motor de combustão interna e também contava com 4 motores elétricos, instalados nas rodas. Esse veículo foi um dos primeiros carros licenciados da Áustria.

O C2 Paethon atingiu a velocidade de 56km/h, algo inédito para aquela época, e teve mais de 300 exemplares vendidos. Esse primeiro projeto rendeu ao primeiro dos fundadores da Porsche o prêmio de “mais destacado engenheiro austríaco”. 

 

Esse reconhecimento gerou visibilidade ao jovem profissional, que, em 1906, foi contratado pela Austro-Daimler como projetista-chefe. 

 

Em sua permanência na empresa, seu automóvel de maior destaque foi o Modell 27/80, que conquistou várias vitórias consecutivas em corridas. Porsche continuou desenvolvendo modelos de corrida, alcançando vitória em 43 de 53 provas.

Mais tarde, já em Stuttgart, começou a trabalhar na Daimler Motoren Gesellschaft. Durante sua atuação, chegou a ganhar um título de professor honorário, sem ao menos ter feito ensino superior. O sucesso alcançado por seus carros nas corridas continuava.

Porém, mais tarde, a empresa em que estava foi fundida com a Benz & Cie. Já sob nova direção,  Ferdinand acabou projetando um carro pequeno e de baixo peso que desagradou a nova diretoria e isso culminou em sua demissão.

Em sua jornada, Porsche também passou pela Steyr, que fechou suas portas logo em seguida, atingida pela Grande Depressão. 

 

Mesmo com um histórico de trabalhos tão intenso, Ferdinand havia extraído o mais importante dos lugares por onde passou: conhecimento para abrir a sua própria empresa.

E dessa forma fizeram os fundadores da Porsche, Ferdinand Porsche e seu filho, Ferry Porsche.

 

Já no início, o negócio da família foi responsável por projetos de diferentes marcas e, com o passar dos anos, acumulou inúmeras conquistas.

 

Ferry Porsche


Ferry Porsche nasceu em setembro de 1909, na região da Baixa Áustria, filho de Aloisia Porsche e Ferdinand Porsche.

Por acompanhar o trabalho do pai, Ferry teve contato com a engenharia automotiva desde cedo. Quando ele nasceu, Ferdinand Porsche já havia criado a C2 Phaeton e, inclusive, recebido uma premiação por esse feito.

Aos 22 anos, Ferry Porsche participou da fundação da empresa de seu pai, sendo um dos fundadores da Porsche. 

 

Durante os anos 30, trabalhou junto do pai em projetos importantes, incluindo o desenvolvimento do Volkswagen Fusca e do Type 360 Grand Prix. 

 

A vivência na empresa de seu pai fez com que Ferry adquirisse uma expertise sem igual em design automotivo.

Desde o início, o jovem também desenvolveu uma paixão pelos carros esportivos, mas viu que não existia no mercado um carro que atendesse a todos os seus parâmetros. 

 

Decidiu, então, que construiria do zero o que julgava ser o carro ideal: o Porsche 356, o primeiro modelo a levar o nome Porsche, ao qual deu forma em 1948.

O 356 foi construído em uma pequena fábrica em Gmünd, na Áustria, utilizando muitas peças da Volkswagen para manter os custos baixos. 

 

Esse modelo marcou o início da produção de veículos esportivos Porsche e ajudou a estabelecer a marca no mercado automotivo global. O 356 foi um sucesso e logo ganhou popularidade pela sua leveza, desempenho e dirigibilidade!

 

A criação de Ferry reforçou a reputação da Porsche como fabricante de veículos esportivos inovadores. Graças ao 356, Ferry Porsche é conhecido por muitos como “o pai dos carros esportivos da Porsche”. 


Apesar de já ter chegado ao resultado desejado, Ferry Porsche continuou aperfeiçoando o modelo, chegando ao modelo C. 

 

Além do 356, Ferry Porsche também lançou o Porsche 911, que se tornou, sem demora,  um ícone mundial de design e performance e uma referência para os esportivos.

Com toda a sua determinação, e por acreditar fortemente no poder do design arrojado somado à alta tecnologia, Ferry Porsche ajudou o pai a conduzir a empresa com maestria, e assim se seguiu, mesmo após a morte de Ferdinand Porsche.

Ferry Porsche guiou a empresa até os anos 1970, período em que a marca ganhou notoriedade mundial e consolidou sua reputação em corridas e competições, como as 24 Horas de Le Mans. 

 

Em 1972, ele transformou a Porsche em uma sociedade anônima, Porsche AG, profissionalizando a gestão e abrindo caminho para a expansão global. 

 

Uma parceria entre pai e filho

Como vimos, os fundadores da Porsche deram início à empresa da família em 1931. 

 

Os desafios que viriam adiante foram contornados por conta de sua expertise e da parceria que existia entre eles.

 

Com o crescimento da empresa, Ferdinand Porsche resolveu retomar seu projeto que havia sido reprovado na Daimler-Benz. De início, isso aconteceu por meio de recursos próprios, até que houvesse apoio.

Os interessados pelo projeto logo se afastaram, por conta dos altos custos previstos. Uma pessoa, porém, se manteve interessada: Adolf Hitler. O líder nazista acreditava que todos os alemães deviam ter um automóvel ou trator. 

 

Em 1934, Porsche foi incumbido de construir três protótipos baseados em seu desenho e, depois de dois anos, 30 novos protótipos foram contratados. Outros projetos foram desenvolvidos pelos fundadores da Porsche para os nazistas. 

 

Nessa época, uma cidade foi fundada para sediar a fábrica, a qual até hoje abriga a Volkswagen. 

 

Para manter sua atenção na fábrica de Wolfsburg, Ferdinand Porsche delegou seus projetos de carros de corrida ao filho.

 

Após o término da Segunda Guerra Mundial, Ferdinand Porsche foi chamado para retomar o projeto da Volkswagen na França. No entanto, o delicado cenário político local, além das divergências técnicas, interromperam a iniciativa antes mesmo de seu início. 

 

Ferdinand Porsche acabou sendo preso sob a acusação de crimes de guerra, permanecendo encarcerado por 20 meses sem julgamento.

 

Enquanto o pai permanecia preso na França, Ferry Porsche mantinha a empresa funcionando. 

 

Foi nesse período, inclusive, que Ferry lançou o Porsche 356, que alcançou 78 mil exemplares vendidos ao longo de 17 anos. 

 

Em 1949, a família retornou para Stuttgart, mas os fundadores da Porsche tiveram bastante dificuldade para conseguir crédito junto aos bancos. Foi aí que Ferry tomou a importante decisão de oferecer os carros solicitando que os compradores pagassem antecipadamente, de forma que esse valor custeasse a própria produção. 

 

Em 1950, Ferdinand Porsche retornou à fábrica de Wolfsburg pela primeira vez após o fim da Segunda Guerra Mundial. Algumas semanas depois da visita, porém, sofreu um derrame com sequelas, vindo a falecer em janeiro de 1951.

Seu filho, Ferry Porsche, permaneceu na empresa por mais 21 anos, quando a empresa se tornou uma sociedade anônima e passou a ser administrada por um conselho independente. 

 

Ferry Porsche morreu em 1998.

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